DIGA SIM À VIDA
NÃO AO TRÁFICO DE PESSOAS
Com
o desejo de fortalecer a rede em que a cada dia se juntam novos fios, continuar
denunciando toda forma de violação de direitos e de modo muito especial o tráfico de pessoas as irmãs Eurides
Alves de Oliveira e Roselei Bertoldo da Rede um Grito Um Grito pela Vida estiveram
na diocese de São Gabriel da Cachoeira-AM, no dias 22 a 29 de maio de 2015.
O planejamento das atividades, articulação e acolhida das irmãs da rede foi feita pelas irmãs Catequistas Franciscanas Cidinha e Lenita e as noviças Fabiula, Irlândia e Sílvia. Os dias foram de partilha, oração, convivência, trabalho, esperanças, sonhos e desafios compartilhados, o que dá sabor, gosto e sentido para a vida religiosa nos dias atuais.
A cidade de São Gabriel resguarda uma
beleza natural encantadora com sua exuberante natureza às margens do Rio Negro,
a visão da “Bela adormecida”, plantas diversas, muito verde e um povo
acolhedor, gentil e hospitaleiro. Os encontros foram ricos e com públicos
diversos: jovens da Pastoral da Juventude, crianças da Infância Missionária, alunos
do IFAM (Instituto Federal do Amazonas), grupos do Centro Juvenil Salesiano,
educadores da escola Sagrada Família e da rede municipal no espaço da FOIRNE (Federação
Organizações Indígenas do Rio Negro), alunos do EJA (Educação de Jovens e
adultos) da escola Inês Penha, crianças do projeto Bom de Bola, Bom de escola,
programa na rádio municipal, encontro com os internos da Fazenda Esperança, com
os missionários e missionárias da cidade de São Gabriel, participação no fórum
interinstitucional que teve a temática do tráfico de pessoas como agenda
principal e possibilitou uma série de denúncias e encaminhamentos. Finalizando a programação foi feita uma
conversa com Dom Edson Damian- bispo diocesano, com o intuito de apresentar
dados e viabilizar os novos passos a serem dados.
O município com sua prioritária e
majoritária população indígena de 23 etnias e 18 línguas faladas “guarda” ou
quem sabe permanece adormecido, como a bela que visualizamos nos dias
ensolarados uma extensa gama de violação de direitos que escutamos nos diversos
grupos: exploração sexual de meninas e jovens, violência contra a mulher,
adoção ilegal, trabalho escravo com extensas horas de trabalho e nenhuma garantia de direitos trabalhistas,
retenção dos cartões de benefícios pelos comerciantes, ausência de presença e
atuação do poder judiciário, descrédito nas instituições públicas, um povo
abandonado politicamente. Há muito medo de denunciar, insegurança, impunidade,
violência, aumento do tráfico e consumo de drogas, uso da bebida por adultos,
jovens e até crianças que podem ser vistos caídos nas ruas... “estamos sendo
dizimados vivos” disse seu Almiro interno da Fazenda da Esperança.
Irmã
Cidinha M. Fernandes-CF
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