Acredito na beleza das almas que existe dentro
e fora das pessoas. Acredito que a maldade
seja passageira e que o ódio seja o inicio do amor
escondido dentro das almas. (F. Júnior/2018).
O Fórum Permanente das Mulheres de Manaus, desde de 2006, vem provocando a
sociedade das mulheres e dos homens, promotoras e promotores da paz e dos direitos, a assumir a
missão de lutar pelos direitos humanos das pessoas. E nós, do Fórum Permanente das Mulheres de
Manaus, assumimos a incumbência de juntas, lutarmos em favor, de uma sociedade, que não seja
patriarcal, capitalista, machista, sexista, transfóbica, racista, lesbofóbica e cheia de ódio.
Acreditamos que as mulheres podem viver sem violência, em uma sociedade justa, que
respeite as identidades de gênero, que respeite a diversidade religiosa, que respeite a vida das
mulheres.
A violência contra mulheres vem tornando-se, a cada dia, uma das maiores mazelas sócias,
no Brasil e no estado do Amazonas. Todos os dias surge um novo caso de violência física, sexual,
psicológica, patrimonial, racial, até chegar ao feminicídio. Muitos casos são registrados e outros
são desencorajados pela burocracia do Estado brasileiro, que acaba dificultando o acesso ao
exercício pleno do direito. Sabemos que a violência existe em todas as camadas da sociedade.
Também sabemos que a mesma não pode ser silenciada.
As mulheres violentadas não podem se deixar silenciar. Seus gritos de dor, de indignação e
de denúncia devem ecoar por todos os espaços.
Assim, nós do Fórum Permanente das Mulheres de Manaus, manifestamos REPÚDIO
acerca dos inúmeros casos de violência contra mulheres no estado do Amazonas/Manaus.
Repudiamos o caso de violência física que sofreu a instrutora de informática, militante dos direitos
humanos das mulheres, Mary Lúcia, que foi covardemente agredida na tarde do dia 29 de janeiro,
em frente a sua casa no bairro Colônia Terra Nova, Zona Norte de Manaus, por volta das
16h30min, por um vizinho. Mary Lúcia registrou a ocorrência na Delegacia de Combate a Crimes
Contra a Mulher (DECCM), afirmando que o agressor é seu vizinho, um lutador de artes marciais e que o crime foi cometido por homofobia (homofobia corresponde a uma série de atitudes e
sentimentos negativos em relação a gays, lésbicas, bissexuais e também em relação a transgêneros
e pessoas transexuais. Tais sentimentos podem ser: aversão, antipatia, desprezo, raiva inexplicável
e engloba preconceito, discriminação e abuso). O autor lesbofóbico, no ano de 2014, agrediu a
vitima e foi condenado, segundo os autos do processo nº 0609400-68,2014,8.04.0015.
No ano de 2014, segundos dados do Ministério dos Direitos Humanos/ Secretaria Especial
de Direitos humanos/ Diretoria de Promoção dos Direitos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis
e Transexuais (DPLGBT), 14,29% das mulheres lésbicas foram agredidas por vizinhos e vizinhas,
31,68% das mulheres lésbicas agredidas no Brasil, o suspeito era vizinho. 36,36% das agressões
foram cometidas em vias públicas.
Ser lésbica é um direito, uma orientação e uma identidade sexual. Portanto, é fundamental
e urgente que sejam garantidos os direitos e a cidadania lésbica. Mary Lúcia foi espancada,
humilhada, ferida no corpo e alma.
Ao ser socorrida por outras e outros vizinhos/as, que sensibilizados/as, usaram seus corpos
como correntes humanas para proteger, acalentar e fortalecer a vítima.
Mary viu que não estava sozinha, que a solidariedade existia. Com isso, teve erguida sua
força, a sede por justiça, teve erguida a dor que não era apenas sua. A dor de muitas Mary, Joanas,
Tonhas, Marias, Ana, Tiana, Aga, Doras e tantas outras que no silêncio vibram com a coragem de
Mary Lúcia, em dizer: Basta de violência.
Nós mulheres de luta e que lutam, esperamos que a justiça abra os olhos!
Assim, prestamos nossa SOLIDARIEDADE, unimos nossa força a tua força, a tua garra de
guerreira amazônida. Iremos juntas vencer o ódio, discriminação, preconceito, machismo, sexismo
e a lesbofobia.
O fim da violência contra as mulheres e a emancipação feminina são pressupostos para a
construção de uma sociedade mais justa.
Assinam a nota de repudio e solidariedade,
- Associação de Artesãos Indígenas de Manaus Amazônia Viva – AAIMAV;
- Associação de Travestis,Transexuais e Transgêneros do Amazonas -ASSOTRAM;
- Articulação de Mulheres Homoafetivas Aliados e Aliadas do Amazonas – ALMAZ;
- Associação das Donas de Casa do Estado do Amazonas – ADCEAAM;
- Associação Amazonense de Mulheres Independentes pela Livre Expressão Sexual- AAMILES;
- Associação de Grupos Alternativos de Geração de Renda de Manaus – ASSGAGER;
- Associação Nossa Senhora da Conceição;
- Centro de Defesa da Mulher;
- Centro de Integração Amigas da Mama – CIAM;
- Coletivo Difusão;
- Coletivo Hip Hop Feminino;
- Conselho Estadual dos Direitos da Mulher - CEDIM;
- Conselho Regional de Serviço Social 15a Região (CRESS AM/RR);
- Comissão Pastoral da Terra – CPT; Coletivo OcupaMinaArt;
- Coletivo Mariam;
- Espaço Feminista Uri hi;
- Fórum Permanente dos Afro-descendentes do Amazonas;
- Frente Nacional de Mulheres no Hiphop;
- Fórum Afroamerindias e Caribenhas;
- Guerreiras Amazônicas em Movimento - GAM;
- Grupo de Estudos e Observatório Social: Gênero, Política, Poder – GEPOS;
- Instituto Equit – Gênero, Economia e Cidadania Global;
- Instituto Cultural Afro Mutalembê;
- Movimento de Mulheres Camponesas – MMC;
- Movimento Feminista Maria sem Vergonha;
- Movimento Comunitario Vida e Esperança - MCVE Movimento de Mulheres Solidaria do Amazonas – MUSAS;
- Movimento de Mulheres Negras da Floresta – DANDARA;
- Movimento de Mulheres Orquídea; Macha Mundial das Mulheres – Núcleo Amazonas;
- Manifesta LGBT+;
- Núcleo Lélia Gonzalez;
- Pastoral Operaria -PO;
- Promotoras Legais Populares de Careiro Rede Grito pela Vida;
- União Brasileira de Mulheres – UBM
Baixe o Documento oficial
FÓRUM PERMANENTE DAS MULHERES DE MANAUS
Manaus – AM – Brasil
Fone: (5592) 992044578/ 991542836/993261943/991852888/981867526
E-mail: fpmdemanaus@yahoo.com.br
fpdasmulheresdemanaus2006@gmail.com
https://forumdasmulheresdemanaus.blogspot.com.br
Apoio: Instituto Equit
Filiada: Articulação de Mulheres Brasileira – AMB
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