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segunda-feira, 31 de julho de 2023

Dia Internacional de enfrentamento ao Tráfico de Pessoas – O compromisso continua

No dia 30 de julho, paramos para fazer memória do “Dia Internacional de enfrentamento ao Tráfico de Pessoas. Data esta, instituída pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 2013, com objetivo de estimular a conscientização, quanto à situação de milhares de vítimas deste crime hediondo, muito pouco visibilizado que atinge mais de 40 milhões de pessoas no mundo todo.

Mas o que é mesmo o tráfico de pessoas? E quem são suas principais vítimas?

Segundo o Protocolo de Palermo o Tráfico de Pessoas é caracterizado pelo “recrutamento, transporte, transferência, abrigo ou recebimento de pessoas, por meio de ameaça ou uso de força ou outras formas de coerção, de rapto, de fraude, de engano, do abuso de poder ou de uma posição de vulnerabilidade ou de dar ou receber benefícios ou pagamentos para obter consentimento para uma pessoa ter controle sobre a outra, para propósito de exploração”. Também se enquadra nesta lista o trabalho forçado, casamento servil, adoção e tráfico de órgãos.

Por incrível que pareça, o tráfico de seres humanos fatura, por ano, mais de 150 bilhões de dólares em todo mundo. Só perde para o tráfico de drogas e de armas.  Por isso, o desafio é grande e nos pede uma destemida resposta profética missionária, como cristãos e cristãs e pessoas de boa vontade.

Esta data que ora lembramos foi criada para conscientizar a população global sobre a temática, enfatizando a necessidade de combater os problemas sociais criados pelas drogas ilícitas, além de planejar ações de combate à dependência química e tráfico de drogas.


O tráfico de pessoas com a finalidade de exploração sexual é pouco falado no Brasil e no mundo, dificultando ainda mais o levantamento de dados que poderiam ajudar a evidenciar a dimensão do problema, para assim, conseguirmos combater efetivamente. Pelos dados que temos, em especial pelo relatório do UNDOC (Escritório das Nações Unidas sobre drogas e crimes), 70/% das vítimas são mulheres e destas, uma em cada três, é menor de idade. A estimativa trazida é que 700 mil mulheres sejam traficadas por ano no mundo.  Segundo o relatório, o Brasil está entre os países da América do Sul com maior incidência de casos de tráfico de pessoas, o que muito nos inquieta, como Rede Um grito pela Vida, que é formada por Religiosas/Religiosos, leigas e leigos comprometidos na defesa da vida e da dignidade da pessoa humana. 

Diante desta triste realidade somos interpeladas/os, pelo Papa Francisco, a ampliar alianças intercongregacionais para nos fortalecer profeticamente e criar mecanismos de ações preventivas e de acolhimento em prol da vida ameaçada e ferida das pessoas traficadas e violentadas em seus direitos. 

O trabalho em rede nos possibilita a ensaiar passos de encarnação em novos espaços sociais, políticos e teológicos. Com o lema “Enfrentar o tráfico de pessoas é nosso compromisso”, procuramos desenvolver um conjunto de atividades de: 

Sensibilização e informação com grupos de jovens, adolescentes, priorizando os que se encontram em situação de vulnerabilidade, lideranças comunitárias, agentes de pastorais e outros.

Procuramos organizar grupos de reflexão e estudos, rodas de conversas, debates, aprofundando as causas e situações que favorecem como: questões de gênero, violência, modelo de desenvolvimento, grandes construções e projetos, grandes eventos, hedonismo midiático, desemprego, corrupção, impunidade e outros.

Procuramos capacitar multiplicadores/as visando ampliar a ação de enfrentamento ao tráfico de pessoas, principalmente para fins de exploração sexual.

Procuramos sempre que possível participar de mobilizações sociais e políticas de incidência na definição e efetivação de políticas públicas de prevenção e enfrentamento ao tráfico de pessoas.

Entendemos que somente unindo forças entre nós e com outros organismos competentes da sociedade e do poder público poderemos avançar em ações significativas para combater esse crime vergonhoso em pleno século 21!   Lançamos o apelo para que mais religiosos/as e leigos venham somar conosco nesta nobre missão de prevenir, acolher, defender e proteger a vida!   Juntem-se a nós? !                                                    

 “Não nos cansemos de fazer o bem” ( Gl 6,9)

Irmã Cirley Covatti
Pela coordenação nacional


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