“Mulheres,
Violência e Tráfico de pessoas num contexto de mega eventos”
Em parcerias com a Caritas RS,
Movimento das Mulheres Camponesas MMC, a Rede Um grito pela Vida, realizou no
dia 29 /11, no auditório da Livraria Paulinas, em Porto Alegre/RS, o seminário
Estadual com o tema “Mulheres, Violência
e Tráfico de pessoas num contexto de megaeventos”. O mesmo teve como objetivo
refletir sobre a gravidade da realidade de violência e tráfico de mulheres na
sociedade contemporânea, em sintonia com a campanha de 16 dias de enfrentamento
a violência contra mulher, a Campanha da fraternidade 2014 que versará sobre o
tráfico de pessoas e o contexto de mega eventos que já vive o país na
preparação para a copa do mundo no próximo.
O evento reuniu e reuniu mais de 80 pessoas,
representantes de mais de vintes entidades e organismos das igrejas, sociedade
civil e estado. Com um painel temático a seminário abordou o tema da violência
e tráfico de pessoas nos seus aspectos teóricos e vivenciais, como temas
realidades que atinge milhares de pessoas em todo o mundo, principalmente as
populações empobrecidas, as mulheres, juventudes e crianças.
Para a Organização das Nações Unidas (ONU), o número de
pessoas traficadas no planeta atinge a casa dos quatro milhões anuais. E o
Brasil é um dos países campeões no mundo em relação ao fornecimento de pessoas,
particularmente mulheres para o tráfico internacional. Estima-se que 700 mil
mulheres e crianças passam todos os anos pelas fronteiras internacionais do
tráfico humano. É o País responsável por 15% das pessoas exportadas da América
Latina para a Europa.
Sobre o Tráfico de Pessoas, Irmã
Eurides A. Oliveira, coordenadora da Rede um grito pela vida afirmou, que o
Trafico de pessoas, particularmente o
tráfico de mulheres é um fenômeno abominável, considerado a escravidão moderna
de nossos dias. É uma realidade de múltiplas faces, fruto de um projeto de
desenvolvimento pautado pelo lucro e pelo privilégios de uns poucos, que abusam
e aproveitam as situações de vulnerabilidades das pessoas, para enganar,
iludir, dominar, traficar e violentar. E, a realização da copa do mundo no
Brasil, tende a fazer com que o tráfico,
assim como a exploração sexual aumente. Isso ocorreu nos países da Alemanha e
da África do sul que sediaram as copas anteriores e no Brasil com certeza não
será diferente, se a sociedade não se preparar para enfrentar e alertar a
população destes riscos. Precisamos nos
apropriar mais desse tema, para ajudar a combatê-lo. E com este proposito irmã Eurides, comunicou e
apresentou o Slogan e e proposta da
Campanha jogue a favor da vida, que
a Rede esta organizando e convidou o grupo a somar com esta iniciativa.
Acerca da Violencia contra as
mulheres a irmã Carmen Lorenzoni, falou sobre o trabalho que o MMC (Movimento
das Mulheres Camponesas), realiza para enfrentar a realidade da violência
contra a mulher e afirmou: Falar de violência, é falar da vida de homens e
mulheres. Muitas vezes, de uma vida sofrida, matada. É um tema duro e difícil
que nos provoca profundamente, pois normalmente quem mais sofre são as
mulheres, principalmente no campo. No enfrentamento da violência é preciso
cumplicidade e solidariedade das mulheres e dos homens que também abominam
estas práticas. As desigualdades de Gênero, naturalizadas pela cultura e moral precisa
ser desconstruída, elas são pilares de perpetuação da violência de gênero.
Pelo Núcleo de Enfrentamento ao
tráfico de pessoas no Estado do RS a
Coordenadora Alexia Meurer, falou sobre
as ações que estão sendo para combater o tráfico de pessoas no estado,
afirmando que o núcleo foi recentemente criado e esta pouco a pouco construindo
sua agenda de atividade; apresentou o II
plano de Enfrentamento ao tráfico de pessoas e a campanha Coração Azul que é uma iniciativa do
Escritório das Nações Unidas Sobre Drogas e Crimes (UNODC) voltada para
conscientização sobre o Tráfico de Pessoas no intuito de sensibilizar a
sociedade e e inspirar aqueles que detêm poder de decisão a promover as
mudanças necessárias para acabar com esse crime”.
Durante o seminário, foram
ainda, apresentadas algumas experiências de enfrentamento ao tráfico humano e a violência contra mulher,
como a da Cáritas Arquidiocesana de Passo Fundo que trabalha com mulheres, a
cerca de 30 anos com formação e acesso aos direitos das mulheres. As “Mulheres
da Paz”, de Canoas, projeto do governo federal assumido pela secretaria de
políticas publicas para Mulheres, O trabalho transforma mulheres em lideranças
comunitárias para atuar numa perspectiva feminista, de gênero e com articulação
com a comunidade local no enfrentamento a violência e criação da cultura da
paz.. e experiência da “Rede Grito pela Vida” no enfrentamento ao trabalha o tráfico humano em todas as regiões
do país, com diferentes ações de prevenção, mobilização e incidência politica e
por última a experiência aas “Promotoras Legais”, de São Leopoldo, que trabalha
a formação e capacitação de mulheres empobrecidos, compartilhando informações
sobre os canais de acesso aos direitos.
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