TRÁFICO DE PESSOAS
Aconteceu no dia 20 de abril no
Colégio Regis Pacis das Irmãs Concepcionistas Missionarias do Ensino em Belo
Horizonte o I Fórum sobre o Tráfico de pessoas realizado pela Conferência dos
Religiosos do Brasil – Regional BH. O encontro foi assessorado por Ir. Roseli
Consoli, OSR, integrante da coordenação nacional da Rede Um Grito pela Vida. Contamos
com a presença de 33 religiosas, dentre elas várias formandas, duas leigas e 1
leiga consagrada. Ir. Eudinéa, IMM (coordenadora do Regional) deu as boas
vindas e destacou os objetivos do encontro:
- Conhecer o
trabalho de sensibilização e enfretamento ao Tráfico de pessoas realizado pela
Rede;
- Fortalecer o compromisso da VRC do regional
com a causa;
- Aprofundar
a temática;
- Estreitar
parcerias;
Iniciamos com a oração que o Regional de Teresina, PI
organizou, como forma de partilharmos da mesma caminhada. Logo após, Ir. Roseli
pediu aos participantes que se reunissem em pequenos grupos e conversassem o
porquê estavam ali e o que sentiam ao ouvir a temática. Eis os ecos:
INDIGNAÇÃO, TRISTEZA, IMPOTÊNCIA, DESEJO DE SOMAR FORÇA, APRENDER, DESEJO DE
CONHECER PARA CONSCIENTIZAR, COMO PODEMOS ATUAR COMO VRC, ALEGRIA DE PERCEBER A
VRC EMPENHADA COM A CAUSA, ISTO ESTÁ PERTO DE NÓS, PERCEBER OUTRAS IGREJAS E
MOVIMENTOS LUTANDO CONTRA ESTE MAL.
Este é um crime silencioso. Precisamos realmente nos
unir, Igreja e sociedade civil. O governo lança o II Plano nacional de
enfretamento ao tráfico de Pessoas – Política, Plano e Projeto. É desafiante
porque a vítima não se senti vítima – então, logo não podemos acreditar nos
dados dos órgãos públicos. Nós como VRC já estamos refletindo bem antes da
novela.
Assistimos o filme: “Encantos e desencantos”. Depois
Ir. Roseli questionou: E eu onde entro nessa história? E minha congregação?
Esta é uma realidade que desafia. Nós VRC temos que saber qual nosso papel.
Temos que ter clareza – trabalhar em rede com papéis definidos – Estamos diante
de um crime muito bem articulado. Que dá lucro.
TRÁFICO DE
PESSOAS
- Mercantilização dos corpos – venda e lucro;
- Sequestro da dignidade/violação de direitos/
cerceamento da liberdade;
O Tráfico humano: universo clandestino. E ainda, traz
um conjunto de situações, as vítimas não se reconhecem.
M
D M ____________________________ M D M
Mercadoria/Dinheiro/Mercadoria Mulher/Dinheiro/Mercadoria
Depois
do café vimos os dados do tráfico no mapa. Ficamos alarmadas com a situação
mundial.
A IGREJA DO BRASIL E A PREOCUPAÇÃO COM O
TRÁFICO HUMANO
Começamos
olhando esta preocupação através dos documentos:
o
Documento de
Aparecida nº 402;
o
Carta do Papa
João Paulo II;
o
Carta do Papa
Bento XVI;
o
Diretrizes da
Ação Evangelizadora do Brasil – 2011-2015,
nº 107 e 111
o
E a Campanha da
Fraternidade de 2014 – Fraternidade e Tráfico Humano;
O
rosto do Cristo sofredor nos deve clamar a uma ação libertadora. Somos convocadas
ao compromisso com esta causa. Toda a VRC é convidada, é chamada a ter uma
atitude de misericórdia. Mística pautada na encarnação de Jesus, que veio para
que todos tenham vida.
A
Rede Um Grito pela Vida surgiu pelo apelo da USG - União dos Superiores Gerais feito as
Conferências nacionais. E nós como VRC aprofundando as reflexões sobre a volta
as fontes vimos a necessidade de nos lançar em defesa da vida: o clamor das
pessoas traficadas se impõem hoje como um incessante grito do Deus na vida.
O trafico de pessoas é hoje um dos mais
urgentes apelos históricos com especial convocação para a VRC cuja, missão de
cuidar, proteger, defender e promover a vida ameaçada é imperativo teológico.
As
politicas públicas é que devem tratar da acolhida de quem retorna do tráfico –
nosso papel é outro: conscientizar.
Dados de Minas: Entre 1996-2009: 76 inquéritos foram abertos no
estado.
Após
o almoço continuamos com a reflexão, testemunho e trabalho em grupo.
COPA 2014
O
Brasil vai gastar R$ 32.000,000 (trinta e dois milhões). Copa para quem? E o
valor dos estádios?
O
padrão do nosso governo é de estimular indiretamente as dinâmicas de exploração
de mulheres, de jovens e crianças.
Junto
aos mega projeto se cria “um mercado do amortecimento afetivo”. Onde os entorpecentes são bebidas, drogas e
mercado sexual.
Neste
contexto, nós Vida Religiosa somos chamadas a questionar a realização dos mega
eventos no Brasil, entender os orçamentos.
Outro
ponto que discutimos foram os megaeventos e a regularização do sexo
(prostituição) – Projeto de lei do deputado federal Jean Wyllys batizada de
“Gabriela Leite”.
Diante
de tudo isso é preciso audácia profética.
Houve
neste momento algumas perguntas por parte dos participantes: Precisamente desde quando começou o tráfico
de pessoas? E quanto à prostituição masculina?
Dentro
da ONU existe um órgão denominado UNANIMA (iniciado pelas Irmãs do Bom Pastor e
que hoje conta com muitas outras Congregações religiosas). Eles acompanham a
demanda oriunda do tráfico de pessoas e muitas outras questões.
Neste
momento demos a palavra para ir. Sirley, OSR da Pastoral da mulher
marginalizada que apresentou a Pastoral e a desafiante missão. Ouvimos o
testemunho de uma mulher que foi traficada e que conseguiu sair desta rede do
mal e que hoje ajuda na Pastoral.
Retornamos
após, com a pergunta questionadora: E eu como fico? Que ações?
Ir.
Roseli nos apresentou a rede Um Grito pela Vida que conta hoje com 17 núcleos.
A rede nacional pertence a rede internacional Thalita Kum presente em 75 países. Não dá para negar a
VRC é uma força profética.
Após
refletirmos, partimos em grupos para propor atividades que em conjunto com CRB
regional e as parcerias serão realizadas ainda este ano.
Propostas:
·
Incentivar e
colaborar com as irmãs que já estão participando da rede;
·
Conscientizar os
grupos com os quais já trabalhamos (colégios);
·
Elaboração de
material que possa ser usado pelos educadores;
·
Divulgar e
estudar a cartilha de reflexão bíblica sobre o tráfico de seres humanos na
comunidade, nos núcleos da CRB e outros grupos de pastorais;
·
Realizar um
trabalho de parceria com outros movimentos sociais, entidades civis e o poder
público;
·
Participar do
núcleo de enfretamento ao tráfico criado pelo governo;
·
Fortalecer e ampliar
a equipe de reflexão com representantes de cada núcleo para ajudar na reflexão
do Regional;
·
Se apropriar da
gravidade do problema e abrir o olho das pessoas para a situação;
·
Conscientizar
primeiro nossas Congregações e Institutos e depois levar onde já atuamos:
Pastorais, jovens, grupo de mulheres, pastoral social;
·
Estar mais
atentas e não julgar as pessoas que são enganadas por esta rede do mal;
·
Organizar
encontros para multiplicadores;
·
Realizar oficinas
e bate-papo com o público (crianças, adolescentes, jovens, mulheres) – levar
esse material para a caminhada do dia 7 de setembro;
·
Buscar mais
material de divulgação;
·
Compromisso com a
CF 2014;
·
Realizar ato
público – dia 23 de setembro na Praça Sete;
Como
CRB regional agradecemos Ir. Roseli que generosamente nos ajudou nas reflexões
e esclarecimentos sobre o assunto. E, seguimos firmes na caminhada propondo
algumas atividades:
Ø Montar um stand no encontro internacional de
universitários católicos na PUC;
Ø Participação da assembleia e da caminhada do dia 7 de
setembro;
Ø Abertura da CF 2014 no dia 28 de setembro;
Enfim,
nossa missão:
v Denunciar, indignar-se;
v Propor e apoiar políticas públicas que garantam
direitos;
v Buscar parcerias;
v Capacitar multiplicadores;
v Mobilizar a VRC com a causa;
v Informar-se e socializar informações;
Ir. Eudinéa, imm