No dia 04-03-2017, no contexto das celebrações do dia Internacional das Mulheres, aconteceu no Centro de Pastoral São José (Belém) - São Paulo, a oficina: “Mulheres, Mídias e Ecologia, um debate necessário”, com a assessoria das profissionais Adriana Brito e Isabela Vieira, do SEFRAS - SERVIÇO FRANCISCANO DE SOLIDARIEDADE (SEFRAS) - área das mulheres.
É tão necessário esse debate que, por iniciativa da Rede um Grito pela Vida, Núcleo SP, em parceria com Justiça e Paz e Integridade da Criação (JUPIC), se concretizou esta oficina com a presença de 35 mulheres e dois homens. É bom salientar que, embora o número de participantes não fosse proporcional à população desta metrópole, o que se resgata é a qualidade do debate e do compromisso de quem tomara a decisão de participar.
As
assessoras fizeram uma pertinente contextualização quanto à maneira como
acontece a exploração dos corpos das mulheres. A seguir alguns destaques:
- Com a dupla ou tripla jornada de trabalho;
· - Com o menor salário que os homens, no entanto,
fazendo o mesmo trabalho;
· - Igual idade a dos homens para se aposentar,
como propõe a PEC 287, da autoria do governo Temer;
· - A utilização dos corpos das mulheres para
consumir. Esses corpos são transformados
em uma mercadoria. Isto está alicerçado nas diretrizes econômicas e políticas do capitalismo
neoliberal sobre o qual as assessoras fizeram uma crítica contundente, pois, ele
lucra com as relações humanas e torna-se agressor e destrutor não só das vidas
humanas, senão da natureza. Salientaram que é preciso nos colocarmos como mulheres
com maior forca e resistência no dia a dia para frear esta devastação que
cresce assustadoramente.
· - Aumento dos assassinatos de mulheres (feminicídio).
Segundo os dados do mapa da violência do ano 2015[1], foram assassinadas no
Brasil 5000 mulheres, sendo que um 50% delas foi por pessoas conhecidas(familiares) e um 33% pelos próprios companheiros.
Ainda
foram apresentados por uma das assessoras, com a finalidade de ampliar a nossa visão sobre esta realidade, outros dados
estatísticos.
A seguir se prosseguiu com os trabalhos
dos grupos que foram divididos em quatro temas:
- Corpo perfeito;
- Propagandas machistas;
- Violência contra as mulheres;
- Consumismo e Ecologia.
Logo após o trabalho dos grupos e da
plenária, onde a discussão foi produtiva e trouxe à tona muitos temas inerentes
aos quatro temas, encerrou-se a oficina fazendo memória de uma grande mulher e
mártir por causa da luta pela terra na Amazônia, Ir. Dorothy Stang. E junto dela outras tantas que, entregaram sua
vida em martírio, pela causa Reino.
Agradeceu-se ainda e se fez o envio a
Ir. Manuela Rodríguez Piñeres (OSR) que está retornando para sua terra natal,
Colômbia, após ficar 14 anos no Brasil e mais 30 em Argentina e Uruguai.
Foi apresentada a nova referencial da
Rede Um Grito pela Vida do núcleo de São Paulo, Ir, Cirley Covati(CJ), e quem
colaborará mais diretamente com ela, ir. Eliane Matos (Congregação da Divina Vontade).
E as participantes foram embora levando algumas
expressões que surgiram ao avaliar o que foi para os/as
presentes esta oficina:
- Despertar para estes temas que estavam longe de algumas de nós;
- Se empoderar;
- O desafio da Educação sexual;
- Compromisso de multiplicar o que foi refletido e debatido.
Depois
da avaliação vieram a expressar sua solidariedade o Bispo da Região Belém, Dom Luiz
Carlos Dias e a Ir. Iracema, uma pessoa chave neste centro de Pastoral. Ela sempre
mostrou abertura e solidariedade, além de valorizar significativamente, a
missão da Rede Um Grito pela Vida e do JUPIC.
Finalmente
cada participante recebeu uma lembrancinha feita com todo carinho, por mãos de
mulheres corajosas, sábias e criativas. Trata-se das irmãs de terceira idade
que acompanham Ir Cirley. Elasm junto com Ir. Nair Casagrande, da mesma Congregação, fizeram essas lembrancinhas para o grupo.
Por Ir. Manuela Rodríguez Piñeres (Oblatas do Santíssimo Redentor)
Rede Um Grito
pela Vida - Núcleo SP
[1] Disponível:
http://www.mapadaviolencia.org.br/pdf2015/MapaViolencia_2015_mulheres.pdf.
Acesso 09.03.2017.
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