A Rede Um Grito pela Vida cumprimenta e agradece às diversas instituições e pessoas que, conosco, têm assumido a luta contra o tráfico de pessoas e, particularmente, estão se envolvendo nesta campanha, dispostas e dispostos a Jogar a favor da Vida. Estas pessoas estão contribuindo para a formação da consciência, abrindo caminhos e criando estratégias de enfrentamento e superação desta triste realidade da exploração sexual e tráfico de pessoas.
Nas
suas diversas formas e expressão, o tráfico de pessoas constitui uma das mais
brutais formas de destruição da dignidade, dos sonhos e da vida de milhares de
pessoas, particularmente das mulheres, juventudes e crianças do país e do mundo
inteiro.
Convite a Romper a Indiferença e unir forças
O tráfico de
pessoas é um crime gravíssimo, uma chaga no corpo da humanidade contemporânea.
Não
é possível ficar impassível, sabendo que existem seres humanos tratados como
mercadoria.
Infelizmente, num
sistema económico global dominado pelo lucro, desenvolveram-se novas formas de
escravidão, em alguns aspectos piores e
mais desumanas que aquelas do passado É
preocupante o aumento do número de crianças, jovens e mulheres que são
“forçadas" a ganhar a vida através da
venda de sua força de trabalho, do seu corpo, sendo exploradas por pessoas e/ou organizações
criminosas. Ninguém pode ficar indiferente perante essa urgente necessidade de
salvaguardar a dignidade destas pessoas.
Seguindo a mensagem de redenção do
Senhor, somos chamados a denunciar e combater por meio de ações que contribuam para tornar a sociedade mais consciente deste desafio.
Faz-se necessário uma
tomada de responsabilidade comum e uma vontade política mais forte para
enfrentar esta realidade.
A campanha Jogue a Favor da Vida pretende ser um
chamado para que toda a sociedade atente para esta realidade – uma ação de intervenção social.
Fazemos uma convocação: Olimpíadas que promovam a cultura da vida, dos
direitos humanos, da paz e da justiça social por meio de ações de sensibilização, informação e formação da consciência das pessoas, para que se divirtam com
respeito e responsabilidade; para que estejam aptas a identificar e
denunciar as violações de direitos, tais como: trabalho infantil, exploração sexual e tráfico de pessoas.
Segundo o Ministério da Justiça, o desconhecimento da
população sobre a realidade do Tráfico de Pessoas, e a pouca divulgação pela
grande imprensa, colaboram para que crimes desta natureza passem despercebidos
pela sociedade. Isso facilita a atuação dos aliciadores e tornam as vítimas presas fáceis de falsas promessas que oferecem emprego digno e uma vida melhor, seja no
exterior ou em alguma outra região do país, avaliada como mais promissora.
Dados do Disque 100
da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, demonstram que o
sexo feminino corresponde à maioria das vítimas das mais variadas formas de
violações de direitos, praticadas especialmente contra crianças e
adolescentes, que representam 80% das vítimas de exploração sexual, 67% de
tráfico de crianças e adolescentes, 77% de abuso sexual e 69% de pornografia.
Embora algumas
pessoas e organismos oficiais insistam em
negar que haja aumento do tráfico
de pessoas, durante os grandes eventos esportivos e outros, alegando não haver
dados estatísticos que o comprovem,
Organizações da sociedade civil atestam que as experiências anteriores
tiveram aumento da exploração sexual, durante estes eventos: 30% na Alemanha,
em 2006; e 40% na África do Sul, em 2010. Após a Copa do Mundo de
2014, a Secretaria de Direitos Humanos da presidência da república divulgou os
dados do Disque 100 no período do evento, evidenciando um
crescimento de 41,2% em comparação com o mesmo período do ano anterior.
O Brasil, em especial
o Rio de Janeiro, carrega na formação de sua identidade cultural a imagem de um país hospitaleiro,
uma cidade maravilhosa, alegre, acolhedora e bela. Um paraíso turístico e
prazeroso. Uma imagem que para além da positividade destes adjetivos, engloba
contradições e práticas de exploração. Apresentam estereótipos culturais de profunda discriminação e violência de gênero,
relacionados às mulheres como objetos sexuais e de consumo. Isso, inserido num
sistema socioeconômico marcadamente excludente, e centrado na lógica de
mercado, onde o lucro está acima das pessoas, torna-se uma porta de entrada para
a indústria sexual. Sobretudo nestes tempos de ódio, intolerância e ascendência
da “cultura do estupro”, como temos vivenciado nos recentes casos que geraram comoção no Brasil.
Em
geral, na preparação dos grandes eventos, os governantes investem “o dinheiro
público para a infraestrutura, através da construção e ampliação de espaços,
melhorias e ampliação dos aeroportos, ruas e avenidas, embelezamento das
praças públicaa, mas investem muito pouco para
reduzir os impactos sociais e as graves violações de direitos.
Os movimentos sociais e as organização comprometidas no enfrentamento à exploração sexual e o tráfico de pessoas, em suas diferentes modalidades, estão prevendo e chamando a atenção para o aumento do risco de que meninas/os adolescentes e mulheres, além de outras minorias, sejam abusadas sexualmente, e/ou traficadas/os para a exploração sexual e/ou laboral, para a mendicância ou casamento servil.
Os movimentos sociais e as organização comprometidas no enfrentamento à exploração sexual e o tráfico de pessoas, em suas diferentes modalidades, estão prevendo e chamando a atenção para o aumento do risco de que meninas/os adolescentes e mulheres, além de outras minorias, sejam abusadas sexualmente, e/ou traficadas/os para a exploração sexual e/ou laboral, para a mendicância ou casamento servil.
É neste contexto que se insere a Campanha
“Jogue a Favor da Vida”, que segue firme na sua sua segunda edição.
Coordenação da Rede Um Grito pela Vida
Ir. Eurides Alves de Oliveira
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