17/07/2017


À noite a visita ocorreu no DPAC (Associação de Desenvolvimento, Prevenção, Acompanhamento e Cooperação) da fronteira, instituição que trabalha com acolhida às pessoas migrantes e vítimas de violência. Ouvimos muitos relatos de situações de violência de mulheres, principalmente sobre as vítimas do tráfico de pessoas para fins de exploração sexual e as pessoas que saem fugidas ou deportadas da Guiana Francesa, vindas dos garimpos. O grupo também realiza um trabalho de prevenção junto às mulheres profissionais do sexo e vão até as muitas boates na cidade, fazendo o trabalho de prevenção às DST.
18/07/2017
Pela manhã, as referenciais da Rede Um Grito pela Vida se reuniram novamente com as três irmãs para visitar uma comunidade do bairro "Infraero", que fica próximo à pista de pouso. Uma comunidade de aproximadamente 300 famílias, considerada área de risco e muito violenta, que também se caracteriza por ser uma comunidade onde as famílias são chefiadas por mulheres, pois a maioria dos homens vão para os garimpos, ficando muito tempo fora; outros nunca mais retornam.


Eles têm consciência da importância do cuidado com a vida, da preservação do ambiente onde vivem, que é no meio da floresta, mas também sabem da dificuldade que enfrentam na falta de políticas voltadas para as comunidades tradicionais. Muitos abrem mão deste cuidado, em troca de motos, casa, pequenos objetos de primeira necessidade, o que dificulta o cuidado com a natureza. Vivem de uma forma simples; com as casas formando um círculo, colocam tudo em comum e cada um busca através de suas habilidades o sustento do quilombo.
Na parte da tarde, realizaram uma roda de conversa com 27 crianças e adolescentes, entre 8 a 18 anos. Através de dinâmicas trouxeram a realidade da comunidade, a partir do olhar dos seus olhares. Evidenciaram o que tem de bom na comunidade, ressaltando o rio, onde podem brincar; a escola e os terrenos com areia, onde podem jogar bola; mas identificaram muitos problemas que ferem a vida, destacando a violência, a falta de cuidado nas ruas, poluição do rios, brigas nas festas, bebidas alcoólicas, morte de jovens e também a violência contra as crianças e adolescentes que quase ninguém fala, o abuso e o estupro.
O grupo foi orientado a como cuidar do corpo para que nenhuma violência aconteça. Relataram situações que acontecem na comunidade e a equipe orientou como se cuidar e denunciar.
Na oficina com dez crianças, entre 3 a 7 anos, foi trabalhada a cartilha O Sumiço de Carolina, alertando as crianças para o cuidado com a vida. Elas expressaram através de desenhos como podem e devem se cuidar para que nenhum mal aconteça. Foi uma tarde muito linda de cuidado com a infância e adolescência.

Sandra Loyo - Rede Um Grito pela Vida
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