Acenda uma luz contra o tráfico de pessoas
O dia 8 de fevereiro é o primeiro dia mundial de oração e reflexão
contra o tráfico de seres humanos e a exploração sexual”.
Roma (Itália). O dia 8 de fevereiro é o primeiro dia mundial
de oração e reflexão contra o tráfico de seres humanos e a exploração sexual”. A
data foi escolhida porque coincide com a festa de Santa Giuseppina Bakhita,
sudanesa nascida em 1869, que tornou-se religiosa canuciana depois de ter sido
libertada da escravidão.
A iniciativa é promovida pelas Uniões Internacionais feminina e masculina dos Superiores Gerais (UISG e USG) que interpelam a
agir «tornando próprio o apelo do Santo Padre e apoiados pessoalmente
por ele.
O dia tem como título “Acende
uma luz contra o tráfico”. Na
conferência de imprensa para apresentar o dia do último 03 de fevereiro, contou com a presença dos três cardeais do Dicastérios do
Vaticano patrocinadores do dia, João Braz Aviz (Congregação para os Institutos de
vida consagrada e as Sociedades de vida apostólica), Antonio Maria Vegliò
(Pontifício conselho da Pastoral para os migrantes e os Itinerantes) e Peter
Kodwo Appiah Turkson (Pontifício conselho da Justiça e da Paz); além de Ir.
Carmen Sammut, Presidente da União internacional das Superioras Gerais, em
representando também da União dos Superiores gerais e Ir. Gabriella Bottani,
coordenadora de Talita Hum, rede internacional de religiosas e religiosos
contra o tráfico de pessoas, que já apresentou uma campanha em maio passado no
Vaticano. Trouxeram seu testemunho, além de, Ir. Valéria Gandini de Palemo e
Ir. Imelda Poole, albanesa, coordenadora de Talitha Kum na Europa.
O tráfico de seres humanos «é uma das piores escravidões do século XXI» e «em relação ao mundo inteiro», se lê no comunicado dos religiosos.
Segundo a Organização internacional de trabalho (Oil) e o Escritório das Nações
Unidas contra a droga e o crime (Unodc) cerca de 21 milhões de pessoas, muitas
vezes pobres e vulneráveis, são vítimas do tráfico com o objetivo de exploração
sexual ou trabalho forçado, remoção de órgãos, a mendicidade forçada, servidão
doméstica, casamento forçado, adoção ilegal e outras formas de exploração. A cada ano 2,5
milhões de pessoas são vítimas de tráfico de seres humanos e redução à escravidão;
60% são mulheres e menores. Muitas vezes sofrem abuso e violência sem precedentes.
Por outro lado, para os traficantes e exploradores o tráfico de seres humanos é uma das atividades ilegais mais lucrativas do mundo: perfaz um total de 32 bilhões de dólares por ano e é o terceiro "negócio" mais rentável,
depois de tráfico de drogas e armas. Faz
muitos anos, «a Igreja Católica, e em particular as congregações religiosas femininas,
atuam em muitas partes do mundo, para sensibilizar sobre esse fenômeno
vergonhoso, prevenir o tráfico de seres humanos, denunciar traficantes e
exploradores e sobretudo ajudar e proteger as vítimas».
O objetivo do dia, recordando, «é antes de tudo criar
maior consciência do fenômeno e refletir sobre situações globais de violência e
injustiça que atingem tantas pessoas, que não têm voz, não contam, não são
nada: são simplesmente escravos. Ao
mesmo tempo, tentar dar respostas a esta forma
moderna de tráfico de seres humanos, através de ações concretas. Portanto, é
essencial, por um lado, reiterar
a necessidade de garantir os direitos,
a liberdade e a dignidade para as
pessoas traficadas e
reduzidas à escravidão e ainda, denunciar o criminoso
e os que usam e abusam da pobreza e vulnerabilidade dessas pessoas para torná-las um
objeto de prazer ou de fontes de
renda.
«Aquilo que os religiosos e religiosas fazem no
mundo para combater o tráfico é muito, mas “não é o bastante – disse Ir. Carmen
Sammut, durante a conferência de imprensa - Hoje milhões de crianças, homens e
mulheres são vendidos como escravos, reduzidos à escravidão, vítimas da
prostituição, do tráfico de orgãos, e o nosso trabalho é acender a luz do mundo
contra o tráfico de seres humanos, dando voz a quem não tem voz” e unindo-nos à
voz do Papa, que definiu o tráfico “um crime contra a humanidade.
Faz muito
tempo as congregações religiosas criaram “um network dei network" (rede de
redes) que coordena o compromisso nesse âmbito nas várias partes do mundo:
“Talitha Kum” reúne de fato 24 network que atuam em 81 Países. Mas “não é
bastante”, segundo Ir. Sammut: «É preciso coragem para persuadir os Estados a
perseguirem o tráfico de seres humanos e as organizações criminosas que as
promovem.
Muito comovente foi o depoimento da irmã Valeria Gandini,
que se fez voz de muitas mulheres
forçadas a viver na rua. «Para compreender o que significa
tráfico dos seres humanos, - disse a missionária comboniana - é necessário
encontrar as vítimas, escutá-las, olhá-las nos olhos, abraçá-las. Falar com a
mulher que sofreu violência, que está privada de sua liberdade, que é contantemente
vigiada pelos seus patrões, violentadas, ameaçadas, compradas e vendidas, e
obrigadas ao silêncio... e partilhar com ela os sentimentos, as emoções, o
medo, é algo indescritível... é tocar com a mão o fenômeno do tráfico. (...)
Muitas vezes me perguntei e ainda me pergunto: O que nos dizem essas
mulheres-meninas, nuas, nas nossas ruas, a todo momento? O que nos dizem? Que
nome dar aos clientes que são os nossos avós, maridos, namorados, filhos,
irmãos? (...) O tráfico de seres humanos nos humilha. Acaba com a dignidade de
todas as pessoas, desfigura o rosto humano de crianças, homens e mulheres
vítimas, dilacera vidas e histórias de vida individual e familiar. O tráfico
escandaliza, distorce a dignidade humana e o rosto humano de quantos fazem do
tráfico fonte de lucro e de prazer.
«Da tomada de consciência à oração, da
oração à solidariedade, e da solidariedade à ação concreta»: este é o caminho
que o cardeal Peter Kodwo Appiah Turkson exortou a percorrer, para dar fim a
essa praga, sob o impulso de Papa Francisco. O cardeal Antonio Maria Vegliò,
ressaltou que o tráfico é um problema enorme, lembrando que a cada ano,
dois milhões e meio de pessoas caem nessa armadilha».
O cardial João Braz de Aviz acrescentou: «Nas situações nas quais os valores da
vida são destruídos, é necessário trabalhar para que a vida seja recuperada». O
dia 08 culminará com uma Missa celebrada pelo cardeal Braz, em seguida a
participação no Angelus na praça São Pedro com o Papa. Será precedida por uma
Vigília de oração marcada para 06 de fevereiro, em Roma, na basílica dos Santos
Apóstolos.
Também nós FMA em tantas partes do mundo,
colaboramos, em rede com outras associações, para enfrentar esse fenômeno.
Estamos presentes nos Países de onde partem, onde transitam e onde chegam. Como
Instituto apoiamos este esforço de sensibilizar para o problema, e, sobretudo
educar para o respeito pela dignidade de cada pessoa.
O site http://a-light-against-human-trafficking.info/ pode ser uma
válida ajuda para encontrar informações e para unir-se à oração de tanmtos
Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora – www.cgfma.net
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