terça-feira, 14 de março de 2017

MULHERES, MÍDIAS E ECOLOGIA: UM DEBATE NECESSÁRIO

No dia 04-03-2017, no contexto das celebrações do dia Internacional das Mulheres, aconteceu no Centro de Pastoral São José (Belém) - São Paulo, a oficina: “Mulheres, Mídias e Ecologia, um debate necessário”, com a assessoria das profissionais Adriana Brito e Isabela Vieira, do SEFRAS - SERVIÇO FRANCISCANO DE SOLIDARIEDADE (SEFRAS) - área das mulheres. 

É tão necessário esse debate que, por iniciativa da Rede um Grito pela Vida, Núcleo SP, em parceria com Justiça e Paz e Integridade da Criação (JUPIC), se concretizou esta oficina com a presença de 35 mulheres e dois homens. É bom salientar que, embora o número de participantes não fosse proporcional à população desta metrópole, o que se resgata é a qualidade do debate e do compromisso de quem tomara a decisão de participar.




As assessoras fizeram uma pertinente contextualização quanto à maneira como acontece a exploração dos corpos das mulheres. A seguir alguns destaques:

- Com a dupla ou tripla jornada de trabalho;
·      - Com o menor salário que os homens, no entanto, fazendo o mesmo trabalho;
·      - Igual idade a dos homens para se aposentar, como propõe a PEC 287, da autoria do governo Temer;
·  - A utilização dos corpos das mulheres para consumir. Esses corpos são  transformados em uma mercadoria. Isto está alicerçado nas diretrizes  econômicas e políticas do capitalismo neoliberal sobre o qual as assessoras fizeram uma crítica contundente, pois, ele lucra com as relações humanas e torna-se agressor e destrutor não só das vidas humanas, senão da natureza. Salientaram que é preciso nos colocarmos como mulheres com maior forca e resistência no dia a dia para frear esta devastação que cresce assustadoramente.
·  - Aumento dos assassinatos de mulheres (feminicídio). Segundo os dados do mapa da violência do ano 2015[1], foram assassinadas no Brasil 5000  mulheres, sendo que um 50% delas foi por pessoas conhecidas(familiares) e um 33% pelos próprios companheiros.

Ainda foram apresentados por uma das assessoras, com a finalidade de ampliar a nossa visão sobre esta realidade, outros dados estatísticos.

A seguir se prosseguiu com os trabalhos dos grupos que foram divididos em quatro temas:
  •         Corpo perfeito;
  •           Propagandas machistas;
  •          Violência contra as mulheres;
  •          Consumismo e Ecologia.

Logo após o trabalho dos grupos e da plenária, onde a discussão foi produtiva e trouxe à tona muitos temas inerentes aos quatro temas, encerrou-se a oficina fazendo memória de uma grande mulher e mártir por causa da luta pela terra na Amazônia, Ir. Dorothy Stang. E junto dela outras tantas que, entregaram sua vida em martírio, pela causa Reino.


Agradeceu-se ainda e se fez o envio a Ir. Manuela Rodríguez Piñeres (OSR) que está retornando para sua terra natal, Colômbia, após ficar 14 anos no Brasil e mais 30 em Argentina e Uruguai.

Foi apresentada a nova referencial da Rede Um Grito pela Vida do núcleo de São Paulo, Ir, Cirley Covati(CJ), e quem colaborará mais diretamente com ela, ir. Eliane Matos (Congregação da Divina Vontade).

E  as participantes foram embora levando algumas expressões que surgiram ao avaliar o que foi para os/as presentes esta oficina:

  •         Despertar para estes temas que estavam longe de algumas de nós;
  •           Se empoderar;
  •         O desafio da Educação sexual;
  •         Compromisso de multiplicar o que foi refletido e debatido.


Depois da avaliação vieram a expressar sua solidariedade o Bispo da Região Belém, Dom Luiz Carlos Dias e a Ir. Iracema, uma pessoa chave neste centro de Pastoral. Ela sempre mostrou abertura e solidariedade, além de valorizar significativamente, a missão da Rede Um Grito pela Vida e do JUPIC.

Finalmente cada participante recebeu uma lembrancinha feita com todo carinho, por mãos de mulheres corajosas, sábias e criativas. Trata-se das irmãs de terceira idade que acompanham Ir Cirley. Elasm junto com Ir. Nair Casagrande,  da mesma Congregação,  fizeram essas lembrancinhas para o grupo.

Por Ir. Manuela Rodríguez Piñeres (Oblatas do Santíssimo Redentor) 
Rede Um Grito pela Vida - Núcleo SP

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